Três pessoas permanecem desaparecidas em Carutapera, após embarcação ter colidido com navio mercante

Ronaldo Rocha

Três pessoas permanecem desaparecidas no município de Carutapera, distante 570 quilômetros de São Luís, após a pequena embarcação que os transportava, de nome “Puma”, ter colidido com um navio mercante no litoral norte do estado, no último domingo (26). No início da tarde de ontem, foi localizado o corpo do mestre da embarcação, Gilson dos Santos Oliveira, de 28 anos de idade, nas proximidades da Pedra do Gurupi. Ele residia no bairro Vila Nova, em Raposa. Ele deixou um filho de apenas 1 ano e seis meses de idade e a esposa.

De acordo com a Capitania dos Portos do Maranhão, cinco pessoas estavam a bordo do barco no momento do acidente. Um homem foi resgatado com vida e permanece internado em um hospital público de Carutapera. Até ontem a noite continuavam as buscas às outras três pessoas desaparecidas. As buscas são realizadas pelo navio Patrulha Guanabara da Marinha Brasileira, pelo Salvaero, encaminhado pelo 4º Comando Distrital, de Belém (PA), além de uma equipe do Grupo Tático Aéreo (GTA) e de embarcações pesqueiras de Carutapera.

A pequena embarcação, segundo as investigações da Capitania dos Portos, seguia de Carutapera com destino ao município de Raposa, quando ocorreu o choque com o navio, que até o momento não foi identificado e que seguia no sentido leste do estado.

O acidente teria acontecido na noite de domingo. Desprovida de equipamentos de segurança, como botes e coletes salva-vidas, a tripulação ficou a deriva, boiando sobre um pedaço de madeira. Com o impacto, Gilson dos Santos morreu no local. Os outros quatro tripulantes resistiram até a manhã seguinte (segunda-feira), quando conseguiram avistar ao longe, uma terceira embarcação, guiada por pescadores.

Somente uma das vítimas do naufrágio, identificada como Assis, conseguiu nadar em direção a embarcação MAR 34, e foi resgatado pelos pescadores. Os outros três tripulantes, no entanto, que continuavam boiando sobre o pedaço de madeira, não foram mais vistos desde então. “O sobrevivente ainda voltou para tentar encontrar os outros tripulantes, acompanhado pelos pescadores do MAR 34, mas não conseguiu e retornou à Carutapera, momento em que acionou a Capitania dos Portos”, disse o capitão de fragata Eduardo Krause.

Iranilde dos Santos Oliveira, que é irmã de Gilson Oliveira, achado morto em alto mar, disse que a família somente soube do acidente no final da tarde de segunda-feira, quase 20 horas após o ocorrido. Ela contou que Gilson estava residindo há um mês em Carutapera e desejava voltar para Raposa. “Ele tinha falado com a gente que pretendia voltar no domingo. Quando foi na segunda-feira fomos informados da tragédia, mas ainda acreditávamos que ele poderia sobreviver, como o outro rapaz conseguiu”, disse.

Por causa do avançado estado de putrefação do corpo, a família não havia recebido a garantia da Capitania dos Portos, até a tarde de ontem, sobre a possibilidade de realizar o sepultamento do corpo. “O corpo deve chegar ainda hoje (ontem) aqui em Raposa e logo será levado para o IML (Instituto Médico Legal). Somente após a avaliação dos médicos é que saberemos se vamos poder ou não enterrar meu irmão”, concluiu.

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A Capitania dos Portos do Maranhão, após colher maior número de dados sobre o ocorrido, abrirá inquérito administrativo para apurar as causas do acidente.

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