Biscoito de terra alimenta famintos no Haiti

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Biscoitos de argila são preparados para venda / Foto: Adriana Cubillos - AP

Por causa da inflação nos preços dos alimentos e a superlotação de biocombustíveis, o Haiti é um país de famintos. Triste realidade que nos faz refletir, quão boa tem sido nossas vidas. Temos de tudo ao nosso redor. Tecnologia de ponta, dinheiro, refeições de qualidade, água “tratada”, casas com infra-estrutura adequada, roupas da moda e inclusive muitas, mais muitas regalias. Se você está tendo acesso a este texto, dispõe no mínimo de acesso ao computador e internet.

Bem, o fato é que a população caribenha está literalmente comendo terra. O país mais pobre das Américas oferece diariamente a seus conterrâneos argila amarela. A desnutrição é alarmante no país, e pouco temos feitos a esse respeito. Vale ajuda financeira, doações, e muita, muita oração. E um dos piores quadros, lembro, diz respeito a epidemia de cólera.   

Menino mostra língua após consumir biscoito / Foto: Adriana Cubillos - AP

De acordo com Osmar Freitas Junior, do R7, há anos, quem anda pelo terreiro aos pés do Fort Dimanche – a antiga prisão juvenil e atual favela – encontra o mercado e a fábrica das bolachas de terra. Mulheres agachadas na rua estendem discos de argamassa em grandes placas de zinco. Horrível para nós, acostumados com carne, frango e mariscos deliciosos.

Ele acrescenta que a receita do biscoito grosso para as massas é simples: argila, água e sal. Forma-se uma pasta amarela, moldada em pequenos círculos. O cozimento fica por conta do sol: em pouco mais de uma hora, o produto final está pronto para a venda.

Em 1994 a bolacha custava pouco mais de R$ 0,03. Em dezembro de 2009, o quitute de barro subiu para R$ 0,06, aproximadamente. Hoje a unidade está R$ 0,08, graças em parte ao terremoto. A assistente social da ONU (Organização das Nações Unidas) Marie Mendel, disse: “Aumentou o preço da terra. Um latão está custando US$ 1,50 [R$ 2,57]”.

A situação é triste, lamentável, alarmante e insuportável. Como seguidores de Cristo e servos de Deus, precisamos nos posicionar urgentemente.

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