“Rico não fica na cadeia”, diz Pedrosa sobre habeas corpus em favor de fazendeiro

A Secretaria de Segurança Pública, administrada pelo secretário Aluizio Mendes, escondeu na delegacia de homicídios o fazendeiro Manoel de Jesus Martins Gomes, o “Manoel de Gentil”, acusado de ser o mandante do assassinato, com 7 tiros, do líder quilombola Flaviano Pinto Neto, de 45 anos de idade, no dia 30 de outubro do ano passado. O absurdo aconteceu ontem, quando o criminoso prestava depoimento naquela unidade. No local, advogados do fazendeiro faziam campana para impedir que informações fossem repassadas com precisão para a imprensa. Funcionou.

Aos meios de comunicação, a polícia informou que o fazendeiro ainda estaria em São Vicente Ferrer, local do crime, e que somente chegaria hoje em São Luís. Na verdade, após o depoimento, ele foi levado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, aguardando um pedido de habeas corpus impetrado no TJ pelos advogados.

Bom. Nunca fui a favor da imposição da polícia acerca da exposição midiática para de criminisos. No entanto, me deixa impressionado, porque esse tipo de exposição – muitas vezes covardes – só acontece com aqueles que não possuem instrução alguma. Lembram do caso do pintor Carlos Antonio, que reside na Ilhinha (reveja aqui), preso injustamente acusado de ter matado uma idosa no Renascença. A polícia prendeu sem ter informações precisas sobre o crime, convocou uma coletiva de imprensa, e apresentou o rapaz como o principal suspeito. No dia seguinte, disse que havia sido um equivoco, e soltou o rapaz. Uma vergonha, falta de respeito e incompetência.

O fazendeiro por sua vez, tem dinheiro, educação, completa noção do crime que cometeu, e ainda ganhou como brinde, um habeas corpus do Tribunal de Justiça, assinado pelo desembargador Antonio Fernando Bbayma Araujo pelo crime que cometeu. E mais, foi escondido e protegido pela própria polícia.

Revoltado, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), Luís Antônio Pedrosa, afirmou ao Jornal Pequeno, que a decisão do desembargador (de libertar o assassino) demonstra como funciona o sistema de Justiça do Maranhão. “Rico não fica na cadeia”.

E infelizmente tenho que concordar…

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