Greve dos Rodoviários também acontece como protesto contra o judiciário

Em conversa com motoristas, cobradores e fiscais de ônibus, pude perceber que mais que atingir os empresários com a paralisação do serviço de transporte público, a greve dos rodoviários foi uma resposta ao Poder Judiciário do Estado, que nos últimos anos tem insistido em derrubar este tipo de movimento, seja qual for a categoria.

Agentes de endemias que recebem um mísero salário mínimo, rodoviários, professores municipais e estaduais, guardas municipais, agentes de trânsito. Todos tiveram suas greves amordaçadas, fatiadas e abatidas pela “Justiça” do Maranhão, um absurdo.

De certo, tais categorias atuam em serviços imprescindíveis à população, no entanto, não podem ter o direito de greve ferido do jeito que acontece nos últimos anos. Vejamos, a greve dos Rodoviários aconteceria, por determinação do desembargador José Evandro de Souza, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), com 80% da frota em circulação. Ora, sem em dias normais é comum o funcionamento do sistema de transporte neste quantitativo, qual seria a vantagem em realizar a greve?! Nenhuma.

Tendo em vista o cansaço acumulado ao longo das últimas negociações nos anos de 2008, 2009, 2010 e agora em 2011, as quais sempre tiveram o mesmo desfecho – intervenção da Justiça, os trabalhadores resolveram parar 100%, como forma de protesto ao Judiciário. “Se os professores não estão respeitando a Justiça, a gente vai respeitar…”, ironizou um motorista, durante uma conversa com o titular do blog.

Então assim caminha o movimento. Sem acordo com o SET e em desacordo as determinações da Justiça, os rodoviários literalmente cruzaram os braços e de forma corajosa, audaciosa e incomum, desafiaram os poderosos em circunstâncias, ações, preceitos e moralidade. São Luís continua sem ônibus.

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