Após laudo do IML, inquérito já aponta homicídio triplamente qualificado em caso de pedreiro

Resta agora concluir o inquérito que investiga a execução do pedreiro.  Laudo cadavérico da vítima atesta que os policiais mentiram em depoimento. Segundo o resultado dos exames, a vítima foi atingida por cinco tiros, e não apenas dois como relataram os PMs no Plantão Central da Cidade Operária (PCCO). A intenção da Superintendência de Polícia Civil do estado, é de realizar amanhã a reconstituição da ocorrência, no mesmo horário e local, com a dupla de militares já afastada das ruas.

De acordo com Sebastião Uchoa, superintendente de PC, o laudo já foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios. Ele aguarda somente o laudo do Icrim, mas já tem certeza da inconsistencia relatada pelos policiais que mataram o trabalhador. “Todos os disparos feriram o lado esquerdo do corpo da vítima, ou seja, o pedreiro não foi alvejado de frente, posição na qual teria partido em direção aos policiais. Três dos tiros tingiram o braço, e transfixaram a vítima e os demais perfuraram o tórax”, disse.

Outro detalhe mostrado no laudo cadavérico do pedreiro José de Ribamar Vieira Batista foi à posição como as balas entraram no corpo da vítima, e que também apontam outra contradição nos depoimentos dos policiais militares, lotados no 6º Batalhão. De acordo com a apreciação do IML, os tiros atingiram o pedreiro de cima para baixo, o que derruba a versão dos militares de que o motorista teria sido alvejado fora do veículo, no momento em que supostamente saiu armado com facão e canivete.

Esta informação, que já havia sido questionada pela família da vítima, também foi derrubada por mais quatro testemunhas oculares, que passavam pela Avenida Guajajaras, e acompanharam a dinâmica da ocorrência. “A posição na qual os projéteis entraram no corpo da vítima indica que a mesma estava em um nível mais baixo que os PMs, isto é, sentada no banco do automóvel. Essa constatação já havia sido relatada nas oitivas das testemunhas”, acrescentou Uchoa.

Caso fosse concluído somente com o resultado do laudo cadavérico, o inquérito policial, segundo a SPCC, já enquadraria os policiais militares pelo crime de homicídio triplamente qualificado, considerando o meio cruel, a impossibilidade de defesa à vítima, e o motivo fútil pelo qual foi praticado.

Mas quem sabe o coronel Jefferson não continua em defesa dos policiais…?

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