Na berlinda, Jefferson Teles pode deixar Comando Metropolitano

coronel Jefferson Teles, comandante metropolitano da capital

O Comandante de Policiamento Metropolitano da Capital, coronel Jefferson Teles, pode deixar ainda hoje o posto que ocupa. Agora pela manhã, ele participa de uma reunião no Comando Geral da PM, que decidirá os rumos do PM na corporação. Tudo porque ficou insustentável a sua mantenção no cargo, uma vez que causou tamanha revolta popular, a sua postura após o pedreiro José de Ribamar Batista ter sido morto por policiais militares. Mesmo com a divulgação de imagens amadoras, Teles insistiu em defender os PMs, alegando que o vídeo não contradiz o depoimento deles. Mas contradiz.

Essa não f oi a primeira vez que Jefferson se prontificou em defender policiais militares envolvidos em crimes, antes mesmo de serem concluídas as investigações. No dia 12 de outubro, por exemplo, o capitão da PM José Domingos Pires Santos, que também atuava no 6º BPM (Cidade Operária), provocou uma confusão generalizada no Maiobão, e acabou com com uma festa feita pelos moradores, para as crianças do bairro. Ele chegou a disparar um tiro para cima, alegando que estava exausto e que queria descanso, quando foi agredido pelos pais dos meninos que até então participavam de brincadeiras na rua. A filha do PM empunhou a sua arma e feriu gravemente quatro pessoas, entre elas um bebê. Aquela não havia sido a primeira vez que o capitão da PM provocava e intimidava seus vizinhos. Mesmo assim, o discurso de Jefferson Teles foi de que houve um atentado contra o capitão. A população ficou revoltada com o comandante, e resolveu atear fogo em sua residência, que ficou sob a guarda constante, por vários dias, por policiais militares.

Vale ressaltar que todos os últimos escândalos envolvendo PMs na capital, foram protagonizados por policiais do 6º BPM, batalhão comandado por Jefferson Teles antes de ele ser deslocado para a Metropolitana. Ele conviveu com aqueles policiais.

Na última semana, após sair em defesa dos PMs que executaram com cinco tiros o pedreiro e causar revolta popular por suas declarações, Jefferson se manteve em silêncio, evitou a imprensa televisiva e já com a imagem desgastada diante da população, concedeu nova entrevista no sábado a O Estado – onde disse que o vídeo não contradiz a versão dos policiais.

Foi essa postura que provocou a reunião realizada nesta manhã, que pode tirá-lo do cargo. O secretário de Segurança Pública, Aluizio Mendes já não o quer mais no comando. A Polícia Militar não o quer na posição. A população também demonstra desinteresse na permanência do comandante. Ele mesmo provocou essa situação, quando teve a oportunidade, no mínimo, de ponderar suas considerações. De forma prudente, por exemplo, Sebastão Uchoa, Superintendente de Polícia Civil, disse que a ação seria investigada e esclarecida, antes que qualquer juizo fosse emitido pela Polícia Civil. Corretíssimo. Teles não agiu assim, não pensou assim e foi desmentido por testemunhas oculares, que em seguida postaram vídeo na internet mostrando o que de fato havia acontecido. Agora as cartas estão na mesa. A sorte dele foi lançada. Mas não há muito o que fazer, apenas usar de bom senso. E o bom senso pede…

One comment

  1. Não serão consideradas as boas ações realizadas até agora pelo comandante?
    Ele será crucificado por um fato ( infeliz, é claro) porque culminou em perda de vida. Sabemos que a polícia foi criada para repreender e zelar pela vida, entre outras atribuições, e que fatos dessa natureza não deveriam acontecer. Infelizmente aconteceu.
    Cel. apesar do ocorrido temos admiração e respeito pela sua atuação à frente do comando da PM.
    ,

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