Desde o início da administração Edivaldo Holanda Júnior (PTC) em São Luís, os partidos que atuaram em sua campanha eleitoral não conseguiram se entender na divisão do poder. O PDT já enfrentou problemas com o PCdoB e com o PSB.
Agora, já não esconde também a relação difícil com o próprio prefeito. O PCdoB, por sua vez, tinha a convicção de que teria o controle da administração, baseado, sobretudo, na ideia de que o seu chefe maranhense, Flávio Dino, é o patrono da eleição de Júnior.
Mas o PDT também reivindica este posto, e se considera responsável até pela viabilização da candidatura de Edivaldo. Sem falar no PSB.
Liderança do partido, o prefeito de Santa Inês, Ribamar Alves, por exemplo, já declarou publicamente que foi ele o responsável pela viabilização da candidatura de Edivaldo, ao garantir o apoio do PSB para o petecista, quando o ex-governador José Reinaldo Tavares pretendia levar a legenda para João Castelo (PSDB).
Exatamente por causa dessa briga de egos partidários é que o prefeito começou a qualificar sua administração com técnicos de sua confiança, evitando a influência partidária e a cobrança política por espaço de poder, que geralmente resultam em brigas desgastantes para a administração.
Mas se tentou evitar isso, Edivaldo Júnior criou mais problemas. Enciumados com o alijamento do poder, os partidos têm sido responsáveis pelas principais informações e bastidores que atingem o governo e seus técnicos, mantendo Edivaldo negativamente na mídia.
E assim o prefeito vai levando sua gestão, tentando se livrar dos partidos, enquanto estes se engalfinham uns contra os outros nos bastidores.
Senado
A governadora Roseana Sarney (PMDB) conversou demoradamente sobre política com o ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), durante o aniversário dela, semana passada. E mostrou interesse em uma eventual candidatura de Gastão ao Senado, caso ela decida permanecer no governo até o fim do mandato. Apesar de liderar as pesquisas para a disputa senatorial, Roseana ainda está dividida quanto a entrar em uma nova disputa ou encerrar a carreira política como governadora.
Interferência
Sem qualquer projeto, discussão aprofundada ou preparo para as eleições de 2014, os partidos de ultraesquerda permanecem engatinhando. Não levaram adiante, por exemplo, a proposta de formação de uma “Frente de Esquerda” entre o PSTU, PSOL e PCB e parecem perdidos no processo de sucessão do governo. Por enquanto, o que se vê é apenas a tentativa desenfreada de interferência de Marcos Silva (PSTU) no comando do PSOL. Ele quer porque quer derrubar Haroldo Saboia.
Socorrão I
Não está nada fácil a situação do diretor do Socorrão I, o médico Yglésio Moyses. Marcado por polêmicas à frente da gestão do maior hospital público do Município, ele enfrenta novo protesto de funcionários, que querem a sua saída do cargo. Yglésio foi um dos responsáveis pelo insucesso do secretário Vinícius Nina e pode ser substituído em uma espécie de minirreforma na saúde, promovida por Edivaldo Júnior (PTC).
Socorrão II
Criador da midiática, mas desnecessária campanha de doação de alimentos no início do ano e, após ter chamado os funcionários do hospital de porcos, ele acumula outros problemas. Foi denunciado à polícia por um servidor por causa da ausência de testes biológicos e do não funcionamento do CME do Socorrão I e nomeou a namorada para dirigir um setor importante do hospital. Além disso, jamais aceitou ser comandado por Vinícius Nina e anda confidenciando a amigos que, se cair, será “para cima”, para um alto posto da Semus.
Estremeceu
Ainda não se pode medir o tamanho da crise, mas já há um estremecimento claro entre o PDT e o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC). A legenda que integra a equipe de governo não aceitou o fato de o prefeito ter fracassado ao não conseguir barrar a CPI do Bom Peixe, que agora chega a um estágio decisivo. E em sinal de retaliação, a bancada do partido na Câmara Municipal intensificou as críticas ao prefeito e agora exige de Weverton Rocha a liberação para que eles anunciem independência.
Homem-forte
O advogado e empresário Eli Medeiros é o lugar-tenente do ex-deputado Edivaldo Holanda na gestão de Edivaldo Holanda Júnior (PTC). Desde que sofreu uma trombose, no início do mandato, Holandão recolheu-se mais em casa, mas não deixou de influenciar no governo do filho. Agora, atua por intermédio de Eli Medeiros, que tem forte influência em várias áreas da administração.
Só técnicos
Eli Medeiros é um dos responsáveis pela ascensão dos técnicos na administração de Edivaldo Júnior. Ele defende a profissionalização da gestão, com cargos importantes sendo destinados a técnicos de alta competência e confiança do prefeito. Nesse projeto, não há espaço para as indicações partidárias ou políticas, o que tem irritado o PSB, PCdoB e PDT.
Dinheiro para o turismo
O ministro do Turismo, Gastão Vieira (PMDB), garante que foi empenhada a quantia de R$ 1,5 milhão para as autoridades públicas de São Luís, para instalação de placas de sinalização turísticas em pontos estratégicos da cidade. Segundo ele, o próximo passo será a apresentação para o Ministério do Turismo do projeto de execução e, após a aprovação técnica, o início das obras. – São Luís tem um potencial turístico inquestionável e temos que dotar a cidade de infraestrutura necessária para melhor atender o visitante – afirmou.
Indignação
O vereador Astro de Ogum (PMN) disse que valeu a pena a indignação dos grupos folclóricos contra a postura da Prefeitura de São Luís. A pressão fez com que o presidente da Func, Francisco Gonçalves, retrocedesse e incluísse mais brincadeiras na programação do São João do município. Ogum, que é uma das lideranças ligadas aos movimentos culturais da capital, destaca que os grupos folclóricos precisam ser melhor valorizados.
Semana movimentada
A CPI do Bom Peixe terá uma semana bastante movimentada com a realização de novas oitivas. As audiências recomeçam na próxima quinta-feira, com o depoimento da direção da empresa Pacific, que fornecia pescado à Prefeitura. E na sexta-feira (14), os depoimentos dos ex-secretários Júlio França, Edmilson Lindoso e Eliane Bezerra.
E MAIS
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o secretário de Infraestrutura, Luis Fernando Silva, esperam chegar a setembro com o candidato a governador definido pelo PMDB.
O deputado Hélio Soares aguarda apenas a definição do espaço partidário que terá para anunciar a troca do PP pelo PSD.
Até agora, a CPI do Bom Peixe já conseguiu ouvir três depoimentos de funcionários da Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (Semapa).
Os servidores entraram em contradições sobre a execução do Programa Bom Peixe, que teria desviado quase R$ 2 milhões dos cofres públicos.
O secretário Clodomir Paz e a deputada Graça Paz vão esperar até setembro para definir o novo rumo partidário do casal.
Coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão