CPI da Mulher continua desprezada pelos homens que compõem o colegiado

Deputadas participam de discussão na Câmara Municipal de Imperatriz
Deputadas participaram de discussão na Câmara Municipal de Imperatriz em maio

É notório e sincero o descontentamento das deputadas que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga crimes contra a Mulher no Maranhão, em relação a ausência dos membros do sexo masculino nos trabalhos do colegiado.

Toda vez que o assunto é a CPI da Mulher, a primeira reação das deputadas que avançam nas investigações, diz respeito à falta de importância dada pelos deputados.

Francisca Primo (PT), Gardênia Castelo (PSDB), Eliziane Gama (MD), Cleide Coutinho (PSB) e Valéria Macedo (PDT) – que participou dos encontros em Imperatriz, estão sozinhas e sem apoio, na luta contra os crimes cometidos em desfavor da pessoa do sexo masculino.

No dia 24 de maio falamos sobre o tema, com o texto “CPI da Mulher: luta de um gênero só”. Na ocasião o blog recebeu o telefonema de uma das integrantes do colegiado, que elogiava a crítica e ratificava o sentimento de todas as mulheres que integram a CPI.

Quando a CPI se deslocou para Imperatriz no mês passado, por exemplo, nenhum dos titulares: Roberto Costa (PMDB), Alexandre Almeida (PSD), Magno Barcelar (PV) e Edson Araújo (PSL), bem como os suplentes: Rogério Cafeteira (PMN), Rigo Teles (PV), Raimundo Cutrim (PSD) e Hélio Soares (PP), manifestaram qualquer gesto de apoio ou foram até aquela cidade, que segundo Francisca Primo, é uma das mais violentas contra a mulher no estado.

As atividades em Imperatriz foram importantes e significativas, tanto que a cidade se mobilizou. Além da participação do Poder Judiciário, das polícias, Defensoria Pública, Câmara Municipal, associações de moradores, ONGs e da sociedade civil organizada, o colegiado conseguiu colher depoimentos de mulheres que haviam sido vítimas de violência, mas até então não tinham denunciado seus casos à polícia.

Cleide Coutinho utilizou a tribuna da Casa na terça-feira, para ratificar a importância da CPI e mostrar preocupação com a situação das mulheres em Caxias. Ela disse que somente nos primeiros cinco meses deste ano, 15 mulheres foram vítimas de estupro naquela cidade.

Francisca Primo conta que dois novos casos de agressão contra a mulher estão sendo apurados pela comissão, que avança com os trabalhos. Mas nada disso parece interessar os homens que compõem a CPI.

E como no último texto sobre o assunto, é lamentável constatar, a cada dia que passa, que a CPI é apenas mais uma batalha de gênero, por gênero e pelo gênero.

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