Funcionário que denunciou irregularidades no Socorrão I é alvo de processo administrativo

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Imagem do blog do Linhares: funcionário registra Boletim de Ocorrência

O funcionário do Hospital Municipal Djalma Marques [Socorrão I] que denunciou a ausência de testes biológicos e o não funcionamento de toda a Central de Material de Esterilização (CME), unidade de apoio técnico que assegura o controle, preparo e esterilização de materiais médicos hospitalares, com o objetivo de evitar contaminações, é alvo agora de um processo administrativo interno.

O funcionário, que não teve o seu nome revelado, registrou um Boletim de Ocorrência no Plantão Central da Beira-Mar contra a administração do hospital, informando que enfermeiros chefes da CME, coordenadores do setor e até o diretor do hospital, Yglésio Moyses, estavam cientes dos riscos de contaminação no hospital. O BO foi registrado no dia 20 de maio.

Hoje, a Prefeitura de São Luís divulgou release, que informa a abertura do processo contra o servidor. O texto destaca que o objetivo é apurar “falsas denúncias”, como forma de dar “transparência às atividades da atual direção”. A direção do hospital garante que os testes biológicos jamais deixaram de funcionar e afirma que no último sábado, o servidor “sem provas, insistiu na denúncia, mais uma vez cometendo o erro de divulgar fatos in verídicos”.

Ora, se ainda vai apurar os fatos, qual o motivo de a direção da unidade já taxar as denúncias do funcionário de “falsas”? Seria uma retaliação ao servidor público? Já que a direção do hospital quer garantir a transparência, como afirma no texto, porque não destacar então sob quais conseqüências deste processo administrativo está sujeito o servidor?

Se for apenas para expulsar dos quadros do hospital um funcionário que denunciou o não funcionamento adequado de um setor tão importante quanto o CME, Yglésio comete um grave erro. Se for para intimidar outros servidores a não seguirem o exemplo do funcionário – agora investigado – o erro é pior ainda. E desta forma quem perde é a própria saúde pública, que mais uma vez ficou em segundo plano para que a imagem do hospital não caísse em descrédito, como atesta o release.

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