Opinião – A obra que vem sendo executada no Sistema Produtor Italuís, responsável pelo abastecimento de 60% dos bairros de São Luís, entrou ontem em uma de suas etapas mais importantes com a chegada de parte da tubulação que substituirá a antiga adutora, já desgastada pelos efeitos do tempo. A estrutura a ser instalada é feita em aço patinável, material muito mais resistente à corrosão. Orçada em mais de R$ 106 milhões, a intervenção, segundo a Caema, normalizará o abastecimento de água na capital, pondo fim aos indesejáveis rodízios e ao risco de rompimento.
Em operação há mais de 30 anos, o Sistema Italuís há muito já estava defasado, sem condições mínimas de atender à necessidade da população ludovicense por água. Daí a importância do projeto, tido como de difícil concretização, tamanha a sua complexidade, sem falar nos custos financeiros elevadíssimos. Mas o Governo do Estado, com auxílio do Governo Federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vem tocando a obra com inquestionável competência e dentro do prazo previsto. A previsão é de que o serviço seja finalizado em dezembro deste ano, para que a nova tubulação entre em funcionamento em março de 2014.
A troca da adutora é a solução de um dos problemas mais críticos de São Luís. Sem água suficiente para todos, centenas de milhares de cidadãos convivem com a triste realidade de nunca ter visto o líquido jorrar nas torneiras de suas casas. Diante da escassez, quem pode instala bombas em casa ou contrata carros-pipa para encher tanques e caixas d’água. Sem recursos para arcar com tais despesas, a parcela mais pobre da população é obrigada a perder noites de sono ou a caminhar longas distâncias para ter o mínimo de água no lar.
Há que se destacar a agilidade no andamento dos serviços. No momento, de acordo com a Caema, estão sendo finalizados o aterramento e a colocação de estacas de concreto e dos blocos que darão sustentação à nova estrutura, que começará a ser instalada nas próximas semanas ao longo do Campo de Perizes. Nem mesmo as chuvas foram capazes de impor atraso significativo à obra. Tanto que o cronograma inicial está mantido. Uma prova do compromisso do governo em proporcionar aos habitantes da capital o benefício do abastecimento pleno de água.
Paralela à BR-135, a nova tubulação será instalada de modo que sua integridade seja preservada, propiciando a maior durabilidade possível. Para isso, estão sendo tomadas todas as providências. Uma delas é manter os tubos suspensos, o que facilitará os trabalhos de manutenção e evitar a criação de bolsões de ar, que prejudicam a vazão. A estrutura ficará à distância de 40 metros das torres de alta-tensão da Eletronorte, afastando o risco de indução magnética.
Pelo projeto, os 19 quilômetros de tubos a serem instalados terão 1.400 mm, mais espessos que os antigos, de 1.200 mm. Tais dimensões permitirão uma vazão 20% maior. Com tantas melhorias, tudo indica que em breve o racionamento de água em São Luís será coisa do passado.
Editorial da edição de hoje de O Estado do Maranhão