Marco D’Eça – Eleição após eleição, o vice-prefeito de São Luís Roberto Rocha (PSB) é visto sempre com desconfiança pela oposição maranhense.
A falta de credibilidade do socialista entre seus pares oposicionistas parece superar qualquer estrutura de campanha ou força política e eleitoral que ele possa demonstrar ter.
Às vésperas da campanha de 2014, Rocha continua a enfrentar esta desconfiança.
Com relação apenas formal com o chefão comunista Flávio Dino, Rocha também não se dá bem com o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB), vive uma espécie de isolamento na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC) e não consegue abrir diálogo com membros do PSDB e do PDT.
Mas há razão para isso.
Filho do ex-governador Luiz Rocha, Roberto nasceu nas entranhas do grupo Sarney, por onde se elegeu deputado estadual. Rompeu com os Sarney em 1993, quando tentou ser presidente da Assembleia Legislativa e foi preterido.
A partir de então, passou a compor na oposição, mas nunca conquistou o nível de confiança necessário para se tornar um líder de fato.
Em 2002, decidiu sair candidato a governador, mesmo contra a vontade de Jackson Lago (PDT), que tinha a esperança de vencer no primeiro turno. A dois dias da eleição, renunciou a candidatura.
Resultado: José Reinaldo venceu no primeiro turno.
Em 2006 ele já estava com José Reinaldo, elegendo-se deputado federal no grupo que elegeu Jackson Lago. Mas manteve-se distante das articulações até a cassação de Jackson.
Em 2008, articulador da campanha de João Castelo – e enciumado com a ascensão de Flávio Dino (PCdoB) – tentou enquadrar o comunista dizendo que “política tem fila, que deve ser respeitada” .
Em 2011, já havia rompido com Castelo e estava no grupo do mesmo Flávio Dino que não respeitou a fila. Conseguiu eleger-se vice-prefeito em 2012.
De lá para cá, tem buscado apoio de outras correntes políticas à sua candidatura a senador – e se mostra cada vez mais afastado do comunista e seus aliados.
As idas e vindas de Roberto Rocha na oposição repercutiu ontem na Assembleia Legislativa.
Ao explicar uma fala ao deputado Marcelo Tavares (PSB), o também deputado Carlos Alberto Milhomem (PSD) deu uma definição do perfil de Rocha:
– Ele é o nosso Cavalo de Troia na oposição.