Um projeto fracassado

Camelódromo de São Luís fica na Magalhães de Almeida
Camelódromo de São Luís fica na Magalhães de Almeida

O que seria uma solução para, pelo menos, amenizar a invasão da Rua Grande e imediações por ambulantes sem lhes tirar o ganha-pão, o Camelódromo montado na Avenida Magalhães de Almeida na reta final da gestão do prefeito Tadeu Palácio dá seus últimos suspiros e vai entrar para a crônica da cidade como um completo fracasso.

Inaugurado em 2008 com o pomposo nome de Centro de Comércio Informal (CCI), o conhecido Camelódromo não deu certo e logo depois de inaugurado os ambulantes que lá se instalaram começaram a reclamar da queda nas vendas, da falta de consumidores e de publicidade para legitimar o novo espaço comercial. Atualmente, os vendedores estão fazendo o caminho inverso. E logo começaram a deixar as tendas e as barracas preparadas em mais uma ação municipal para voltar ao leito da Rua Grande na tentativa de conquistar os consumidores.

A Associação de Vendedores Ambulantes e Similares de São Luís, diante da ineficácia da iniciativa da Prefeitura de criar o Camelódromo, andou se esforçando para consolidar o projeto, mas não deu certo. Os ambulantes que ainda ali permaneceram continuaram reclamando da falta de consumidores e diziam que já não compensava manter qualquer negócio no espaço. Hoje, alguns lamentam a falta de atrativos e o isolamento do restante do centro comercial. A perda de importância foi agravada pela baixa movimentação e falta de iluminação noturna, presença de moradores de rua e de usuários de drogas, que passavam a noite no local e deixavam sujeira espalhada por todos os cantos do CCI.

A maioria dos vendedores deixou seus pontos de venda e regressaram para Rua Grande e áreas circunvizinhas ou para os canteiros das praças Deodoro e do Pantheon. A maior parte das barracas abandonadas fica nos fundos do Camelódromo, onde há menor fluxo de compradores. As chances mínimas de venda são das bancas mais próximas da avenida, onde os poucos consumidores aproveitam o embarque e desembarque das vans ou ida a comércios próximos para comprar algo.

Outra explicação para o fracasso do Camelódromo foi o aumento do uso de cartão de crédito pelos consumidores. Os vendedores ambulantes não têm acesso a essa tecnologia e por isso não podem vender com pagamento via crédito bancário. A diminuição do uso do dinheiro em papel também agravou a situação dos ambulantes, que, cercados da impossibilidade de venda, estão voltando aos pontos onde o comércio informal já está fora de controle.

Em busca de uma articulação para manter a funcionalidade do espaço, a Associação de Vendedores Ambulantes e Similares de São Luís enviou solicitou à Prefeitura solução para a insegurança no local. Foi-lhe feita uma promessa de solução, só que até agora nada de concreto foi providenciado.

A Prefeitura se mantém silenciosa quanto à possibilidade de revitalização do Camelódromo. Enquanto isso, o caos no comércio informal de São Luís permanece e aguarda o cadastramento e a legalização de vendedores ambulantes, que deveriam ser feitas pela Blitz Urbana. Ações tímidas foram feitas na gestão prefeito Edivaldo Júnior (PTC), mas ainda nenhuma foi notada pela população que vai ao Centro ou pelos comerciantes formais, que sofrem com a concorrência desleal da venda nos camelôs.

Se ao ser inaugurado, há quase seis anos, o Camelódromo foi tido como a esperança de reduzir o número de comerciantes informais no Centro, atualmente ele representa apenas o fracasso e a falta de visão comuns aos gestores do Município de São Luís.

Editorial de O Estado do Maranhão

7 comments

  1. Eu acho que a atual prefeitura nao deve mais investir nesse projeto antigo de Tadeu que nao resolveu nada para os vendedores ambulantes. Se organizar eles ali no centro mesmo tudo bem. O negocio é que as vezes eles sujam tudo, fica cheio de lixo e atrapalha a passagem dos pedestres.

  2. O projeto de Tadeu é fracassado mesmo. Agora tinham que remover aqueles vendedores dali do pantheon. Estava muito ruim de passar naquela area, fora que com o acumulo de vendedores, fica mais facil pra um bandido escapar entre as barracas se acontecer um furto.

  3. Se os camelos estao ali é por que aquela profissão e aquele local sao as únicas alternativas de obtenção de renda que eles encontraram. O Estado não oferece nada á aquelas pessoas e elas precisam se virar como podem. Roseana só governa para os ricos.

  4. Hum… que história isso é pq o povo não sabe valorizar os seus produtos no mercado, sou a favor que todos os camelos fiquem só em um lugar e a ideia antes feita foi boa, nada do reclamar, só q elees estão perdendo é p chiguilingue espaços, não utilizam cartao de credito pq nao querem qlqer empreendedor, autonomo que seja pode ter, até pessoa fisica, desculpa do povo isso aí. na verdade, ninguém quer mais é nada do paraguai.

  5. Com toda certeza já tem um projeto de revitalização para este local. O prefeito Edivaldo Jr, vem trabalhando fortemente para a melhoria de toda a cidade e ñ vai ser esse local q ficará sem a devida assistência.

  6. de fato ali é uma área perigosa e na época de tadeu, aquilo ali foi um projeto impensado. realocar vendendores ambulantes sempre foi uma barra enfrentada por qualquer gestão aqui nessa cidade. mas os ambulantes tem que ver tambem que o espaço é minimo no centro, e público. daí eles vão pra rua grande ou pra qualquer praça e se apossam daquilo ali como se fosse deles e nao é assim. a prefeitura tirou o pessoal da praça da bíblia pra reformar e depois realoca-los, por exemplo. mas ja prevejo que vai dar confusão e mesmo estando tudo certinho quando pronto eles vao reclamar. a tendencia é acontecer isso que aconteceu com a praça da bíblia, organizar, mas parece que organização nao é o forte dos ambulantes

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