Eleitores de várias regiões do estado denunciaram ontem à Polícia Civil do Maranhão o que pode ser caracterizado pela Justiça como crime eleitoral. Trata-se de uma pesquisa clandestina, realizada por meio de ligações telefônicas por uma empresa ainda não identificada – do ramo de ‘call center’ – direcionada especificamente para proprietários de telefones fixos no Maranhão. A suposta ‘pesquisa’ utiliza-se de metodologia e procedimento não autorizados pela Justiça Eleitoral, e tem objetivo apenas de denegrir, com a divulgação de ‘falsas informações’, a imagem do candidato da coligação “Pra Frente Maranhão”, senador Lobão Filho (PMDB).
Os eleitores que recorreram à polícia alegaram intimidação, constrangimento e tentativa de manipulação do processo eleitoral.
Com base nas denúncias dos próprios eleitores, a coligação de Lobão Filho recorrerá ainda hoje à Justiça com pedido de investigação de crime eleitoral. A representação será protocolada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Maranhão. Os advogados da coligação querem a identificação da empresa responsável pelas ligações telefônicas e também a identificação de quem contratou o serviço, considerado ilegal.
O Estado teve acesso a um dos Boletins de Ocorrência registrados ontem no município de Miranda do Norte. À polícia, a denunciante, que pede para não ser identificada, informou que estava na casa de seus irmãos, quando atendeu a uma ligação telefônica com uma espécie de mensagem eletrônica.
A mensagem eletrônica, que simulou uma espécie de pesquisa, tratava de informações falsas a respeito do candidato Lobão Filho. “A mensagem perguntava se o titular da linha tinha conhecimento de que Edinho respondia por crime de formação de quadrilha e era investigado pela Polícia Federal. Se a resposta fosse sim, era para discar o número 1e se fosse não, para discar o número 2”, declarou a denunciante à polícia.
“Outra pergunta era se o titular da linha tinha conhecimento de que Lobão Filho declarou ser contra o Programa Bolsa Família”, completou a denunciante. Segundo o registro policial, outros eleitores já haviam recebido as mesmas ligações telefônicas falseadas de pesquisas qualitativas.