Jorge Aragão – É impressionante como a parte suja da política prevalece em ano eleitoral, principalmente quando se aproximam as eleições. Na manhã de hoje, alguns deputados oposicionistas demonstraram bem como funciona tal prática.
No afã de querer atingir a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, os oposicionistas não respeitaram sequer a memória do ex-candidato a Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos.
Por diversas vezes e durante diferentes momentos, vários desses deputados oposicionistas foram à Tribuna da Assembleia ressaltar a capacidade administrativa e a seriedade do político Eduardo Campos, principalmente quando administrou o estado de Pernambuco.
Eduardo Campos, assim como Roseana, Lobão, Dilma e tantos outros, teve seu nome citado no caso Petrobras. No entanto, sinceramente esperava que pelo menos um deputado oposicionista saísse em defesa da honra de Eduardo Campos e não dessem ênfase ao factoide criado pela revista Veja, pois enquanto ninguém tiver acesso ao depoimento ou áudio que comprove o teor da matéria, continuará sendo mera especulação.
Só que não prevaleceu o bom senso, o respeito e a coerência, prevaleceu apenas o projeto de poder ligado ao candidato comunista Flávio Dino, que os oposicionistas estão engajados, e simplesmente atropelaram a honra e a memória de Eduardo Campos.
Os deputados oposicionistas preferiram acreditar no factoide da Veja, no intuito de atingir Lobão e Roseana, e deram as costas a quem, até outro dia, defendiam com unhas e dentes, e até citavam como político exemplar.
O deputado estadual Bira do Pindaré, por exemplo, além de ser do mesmo partido de Eduardo Campos, o PSB, utilizou a imagem de Campos recomendando voto nele e depois da tragédia, ainda rendeu homenagens ao ex-colega de partido.
No entanto, Bira do Pindaré, assim como a maioria dos oposicionistas, simplesmente renegaram o passado de Eduardo Campos e sua memória, pois saberiam que ao atingir Roseana e Lobão, iriam atingir Eduardo Campos, afinal todos, segundo a Veja (que jamais apresentou qualquer prova), foram citados no caso Petrobras, na tal delação premiada de Paulo Roberto Costa.
Uma pena que os deputados oposicionistas não seguiram o exemplo de Marina Silva, que mesmo nada tendo haver com o caso e sabendo que pode perder alguns votos, optou por pedir uma investigação profunda, mas pedindo respeito a memória do ex-colega de chapa e sem nenhuma conclusão precipitada. Pensando em Eduardo Campos, Marina não explorou o assunto que poderia atingir frontalmente sua principal concorrente na disputa, a atual presidente Dilma Rousseff.
Um belo exemplo, mas que os oposicionistas daqui, infelizmente não conseguem seguir, afinal a mudança que Marina Silva propõe é bem diferente da pseudo mudança que vai sendo apregoada no Maranhão. E esse caso apenas acentua isso.