Paralisação inaceitável

Imagem meramente ilustratriva
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Pela segunda noite consecutiva São Luís ficou sem ônibus, em uma atitude arbitrária e insana do Sindicato dos Rodoviários, que não demonstra a menor sensibilidade com os transtornos causados à população pela interrupção do serviço. Alheios ao sofrimento de dezenas de milhares de cidadãos, os dirigentes da entidade sindical criam um ambiente de caos na cidade e atraem para si a antipatia da população, o que pode gerar graves consequências, como depredações, ameaças e até agressões físicas.

A violência é um problema comum em todo o país e não justifica a retirada dos ônibus de circulação, em hipótese alguma. Para conter a ação dos criminosos, existem as forças de segurança, já plenamente engajadas à missão de coibir os incêndios a coletivos e demais investidas da bandidagem contra o transporte público, um dos serviços essenciais prestados à coletividade.

Movida por interesses ainda não totalmente esclarecidos, a diretoria do Sindicato dos Rodoviários assume postura intransigente em relação à paralisação.

Alheios aos princípios democráticos, os líderes sindicais decidem sozinhos o momento de parar a frota. É uma responsabilidade e tanto para um pequeno grupo de indivíduos, cuja influência no cotidiano da cidade deve ser reavaliada, em nome da ordem pública.

O movimento não encontra respaldo em boa parte da categoria, formada por cidadãos cujas famílias também são afetadas pela falta de transporte. Ainda assim, as lideranças batem de frente com as autoridades públicas, ignorando os apelos para resolver a questão pela via da negociação. Intransigentes ao extremo, os sindicalistas parecem cumprir um roteiro previamente ensaiado, dando a entender que a mobilização não passa de uma trama para reforçar o poder da entidade e de seus dirigentes.

A paralisação começa a prejudicar a economia da cidade. Com o anúncio da falta de ônibus, os empresários do setor lojista são obrigados a liberar seus funcionários mais cedo e a encerrar o expediente antes do horário normal. A diminuição da jornada resulta em queda de faturamento, o que pode acarretar desemprego e, dependendo da duração do movimento, falências.

Não é de hoje que o Sindicato dos Rodoviários de São Luís é apontado como um feudo, em que um único indivíduo dita as normas a prepostos que indica estrategicamente para presidir a entidade. Sendo assim, a possibilidade de orquestração é ainda maior. Portanto, o poder de mobilização pode estar a serviço de interesses escusos, que se sobrepõem à luta legítima por direitos trabalhistas.

Editorial de O Estado do Maranhão publicado na edição de hoje

10 comments

  1. A violecia é um problema comum? Eu apoio totalmente a paralisação, Ontem ate uma escola teve um principio de incendio criminoso no Coroadinho! Esse panico vem se repetindo desde sabado e a governadora está aí que nem voce, um dois de paus, parado sem atitude, vendo a cidade literalmente pegar fogo!

    1. Resta saber “Samuca”, quem está por trás disso tudo e quem está beneficiado por isso tudo. Há ou não há candidato usufruindo desta situação?

  2. Se a paralisação fosse desmotivada e descabida eu ate concordaria contigo, mas motivos nao faltam.É inaceitavel a postura do Governo do Estado apesar de todo esse medo que está acuando as pessoas. Pedrinhas e a propria segurança publica que é responsabilidade da governadora estão entregues aos marginais, e sao eles ue ditam as regras!

  3. Enquanto essa governadora atrevida não se posicionar e fazer de fato alguma coisa para sanar o problema da segurança pública, vou dar meu total apoio a categoria dos rodoviários. Ninguém, absolutamente, ninguém merece viver refém desses bandidos. E essa mulherzinha ainda tem coragem de dizer que não tem medo de bandido. Não tem mesmo com o que temer: tem segurança 24hs colado nela. Cara de pau!

  4. Agora eu te pergunto Roberval culpa de quem?// Da nossa ilustre governadora Roseana Sarney, que nao faz nada p amenizar a inseguraça, até uma criança morreu queimada e nada foi feito. os ataques voltaram. não vejo a hora dessa família ficar longe do nosso estado, pois foram eles os principais causadores dessas misérias que o estado se encontra da pobreza. Vamos fazer valer o nosso voto e nao votar em ninguém dessa familia,

  5. só os rodoviários sabem o que passam quando saem de casa pra trabalhar e nao tem certeza de voltar vivo. isso pra qualquer trabalhador é um tormento. e mais ridícula é querer jogar a incompetencia de um governo inerte, sem pulso e alheio aos problemas sociais em candidato x, y ou z. nao sei pq nao admite o fundo do poço o qual o governo roseana levou esse estado. ou até sei.

  6. e quem é que se sensibiliza com os pais de familia que estão a mercê destes bandidos todos os dias e noite? estes trabalhadores sofrem diretamente a falta de segurança que estamos vivenciando e correm o risco de morrerem da pior forma que é carbonizado. Essa governadora é que tem que se sensibilizar com os trastornos que a falta de competencia de seu governo vem causando a toda população.

  7. A paralisação dos onibus é ruim para todos os setores da cidade, todavia, o estado tem que garantir eficazmente a segurança da população. Não somos animais para vivermos acuados, merecemos atenção do Estado e respeito.

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