Desde o início da semana, circula nos bastidores da Assembleia intensa movimentação de deputados estaduais eleitos para a eleição da Mesa Diretora da Casa, que acontecerá somente no mês de fevereiro de 2015.
Dentre os nomes citados estão o de Humberto Coutinho (PDT) – provável candidato do governador eleito Flávio Dino (PCdoB) -, Othelino Neto (PCdoB), Edivaldo Holanda (PTC) e até o de Fábio Macedo (PDT), que já começou a se articular com alguns dos novatos.
Apesar disso, já há entre os deputados que pertencem ao grupo da governadora Roseana Sarney (PMDB),quem defenda o lançamento de um nome de contraponto aos quatro citados, que por coincidência, são todos ligados ao comunista.
Tecnicamente foram eleitos 26 deputados, ou seja, a maioria de um plenário formado por 42, ligados politicamente ao grupo hoje governista, mas que a partir de 2015 passará a atuar na oposição da gestão Flávio Dino.
Sendo assim, é impossível não reconhecer o poder de fogo que estes 26 deputados têm em mãos.
A eleição para o Governo do Estado foi vencida por Flávio Dino, da coligação “Todos pelo Maranhão”, mas o comando da Assembleia Legislativa, um poder independente, pode sim ser alcançado pelo grupo que fará oposição ao comunista.
E exemplos recentes e marcantes da política maranhense reforçam essa tese. Em 2010 os deputados novatos e alguns dissidentes, com a ajuda da oposição na Assembleia Legislativa, derrotaram o candidato Ricardo Murad (PMDB) – que até a véspera da eleição era tido como o preferido para a ocupação da presidência da Casa -, e elegeu para o deputado Arnaldo Melo (PMDB) para o comando do Legislativo.
Em 2012 caso semelhante ocorreu na Câmara Municipal de São Luís. A candidata do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PTC), vereadora Helena Duailibe (PMDB), foi derrotada por Isaías Pereirinha (PSL) – penta-presidente da Casa -, após intensa articulação dos parlamentares contra a intervenção de Edivaldo.
Dois casos que reforçam a tese de que um contraponto a qualquer candidato lançado por Flávio Dino, pode existir e ser forte. Se os deputados eleitos ligados ao grupo Sarney hoje formam a maioria para a próxima legislatura, é possível sim vencer o comunista e manter a independência da Assembleia, com desprendimento do Executivo.
Mas se esses mesmos deputados se deixarem levar por vaidade ou submissão ao bem-querer do novo chefe do Executivo, uma nova vitória do comunista será imposta. A escolha é do grupo…