15 dias, 15 erros

Flávio Dino é governador do Maranhão
Flávio Dino é governador do Maranhão

Daniel Matos – O governo Flávio Dino completou ontem seus primeiros 15 dias, período marcado muito mais por discursos inaplicáveis, lamentações e erros do que por ações concretas em benefício do povo, como prometido em campanha. Este blog elenca pelo menos 15 ações, omissões, contradições e ideias mal-sucedidas, que resultam na impressionante média de um equívoco por dia.

São falhas diversas, em diferentes áreas. Umas mais, outras menos comprometedoras. A insegurança aumentou, contrariando as expectativas geradas na população pelo novo governo. A suspensão de pagamentos a fornecedores e a aprestadores de serviços ao Estado acarretou atraso de salários de servidores terceirizados e risco de paralisações de serviços essenciais.

Mas o equívoco mais grave foi, sem dúvida, a mudança do calendário de pagamento do funcionalismo, que, de acordo com a nova tabela, não mais receberão seus vencimentos dentro do mês trabalhado, como vinha ocorrendo há vários anos. A repercussão negativa do ato foi tamanha que o próprio governador veio a público anunciar que pode rever a medida.

A cada dia surge um novo erro e aumenta a preocupação com o futuro do estado nos próximos quatro anos. Vamos aos 15 equívocos detectados pelo blog:

1 – Recuo na intenção de vender a Casa de Veraneio do Governo do Estado, em São Marcos, após alerta de que a legislação ambiental restringe construções na referida área para fins particulares. Promessa de campanha, a venda da residência foi o primeiro dos 17 atos (Decreto nº 30.611) anunciados pelo comunista da sacada do Palácio dos Leões logo após tomar posse;

2 – Aumento expressivo da violência urbana, com 68 assassinatos de 1º a 15 de janeiro. Se já era alta, a criminalidade disparou em 2015 e registra, até o momento, a média assustadora de 4,5 mortes violentas por dia na Região Metropolitana de São Luís;

3 – Cancelamento da compra de bacalhau e salmão para abastecer a despensa do Palácio dos Leões. O governo Flávio Dino só tomou a medida após revelação da licitação por blogs não alinhados à gestão do comunista. Até então, o certame estava prestes a ser homologado pela Casa Civil;

4 – Aumento do número de ocorrências de explosão de agências bancárias no interior do Maranhão. Do dia 5 até ontem, cinco bancos já haviam sido dinamitados por quadrilhas especializadas nesse tipo de crime. Houve ainda um assalto a uma agência do Itaú, na Rua da Paz, em pleno Centro da capital;

5 – Suspensão do pagamento às empresas terceirizadas que prestam serviço à rede estadual de saúde, deixando sem salários centenas de profissionais, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem lotados em hospitais mantidos pelo Estado e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Insatisfeitos, os trabalhadores já ameaçam cruzar os braços e suspender o atendimento à população;

6 – Atraso de salários dos teleatendentes do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) responsáveis por receber, fazer a triagem e direcionar as ligações de emergência feitas à Polícia Militar, por meio do número 190. Sem previsão para depósito, os vencimentos estão pendentes porque o governador também suspendeu os pagamentos a fornecedores e prestadores de serviço à segurança pública;

7 – Contradição do governador ao expor uma suposta crise financeira do Estado e ao mesmo tempo anunciar gastos com aumento da folha de pessoal, por meio da convocação de mais 1.000 policiais e bombeiros aprovados no último concurso público para a segurança pública e a realização de um seletivo que ofertará 6 mil vagas para o magistério, além de criação do programa Mais Bolsa Família;

8 – Exoneração de servidores não estáveis do Estado sem qualquer critério, muitos com mais de 20 anos no serviço público. A medida prejudicou milhares de famílias e deu origem a um grave problema social. Outro transtorno foi o comprometimento das rotinas de serviços, pois muitos dos demitidos já estavam familiarizados às tarefas e foram substituídos por pessoas sem experiência nas respectivas funções;

9 – Nomeação de um contingente expressivo de apadrinhados de políticos aliados ao atual governo, prática condenada por Flávio Dino em seus discursos de campanha. Deputados, prefeitos, vereadores, senador e outros correligionários tiveram direito a um número expressivo de cargos, distribuídos entre parentes, amigos, líderes comunitários e outros apaniguados;

10 – Intervenção mal-sucedida no conflito entre dezenas de famílias da comunidade Cajueiro, na zona rural de São Luís, e uma empresa que construiria um empreendimento portuário no local. Mesmo após a anulação, pelo governador Flávio Dino, do decreto de desapropriação da área, jagunços contratados pela referida empresa continuam ameaçando pessoas que moram na localidade, o que pode resultar em tragédia, segundo denúncia feita pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado do Maranhão (Fetaema);

11 – Uso indiscriminado, por Flávio Dino, das redes sociais, principalmente o Twitter, para responder às críticas feitas pela imprensa e blogs ao seu governo. Demonstrando ainda não ter descido do palanque, o comunista recorre à internet para rebater notícias e opiniões que o desagradem, ignorando a existência da Secretaria Estadual de Comunicação (Secom) e da sua assessoria de imprensa particular para desempenhar tal tarefa;

12 – Populismo e exploração midiática excessivos. A criação de programas sociais de distribuição de renda no âmbito do Estado e a visita a um policial internado no Hospital Carlos Macieira após este ter sido baleado em confronto com bandidos mostram bem a disposição do governador de obter dividendos políticos com afagos aos mais humildes e demonstrações públicas de solidariedade, devidamente planejadas por ele e seus assessores. Detalhe: o comunista não poupava críticas aos perceber essa postura em seus adversários ;

13 – Aumento do número de cargos no primeiro escalão do governo estadual. Após a criação de duas novas secretarias, de um instituto e de uma empresa pública, Flávio Dino atingiu o número recorde de 50 postos em sua equipe de auxiliares imediatos, contingente que supera até mesmo o ministério da presidente Dilma Rousseff, que tem 39 cargos.

14 – Nomeação de um homem preso com diploma falso de médico para dirigir a 5ª Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran), em Bacabal. Ageu Barbosa Gomes foi detido em agosto de 2008 e o certificado não autêntico que portava continha, inclusive, a falsificação da assinatura do nefrologista e reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), professor-doutor Natalino Salgado Filho;

15 – Mudança do calendário de pagamento do funcionalismo público estadual. Pela nova tabela, os servidores não mais receberão os salários dentro do mês trabalhado. A medida teve ampla repercussão negativa, o que obrigou o governador a anunciar publicamente que o novo calendário poderá ser revisto assim que seu governo solucione a crise financeira que supostamente teria herdado da gestão anterior. Pressionado por inúmeras reclamações de servidores que alegavam que não poderiam obter o desconto de 10% no pagamento do IPVA caso este fosse efetuado até 31 de janeiro, como definido inicialmente, o governador decidiu prorrogar até 6 de fevereiro o prazo para quitação do tributo com abatimento.

Espera-se que o insucesso que marcou a primeira quinzena não seja o prenúncio de uma gestão pífia, marcada pelo retrocesso.

Daniel Matos é chefe de reportagem de O Estado do Maranhão. Texto de opinião

  1. Item 14…Nunca fui detido ou preso!!!
    Pura demagogia de um grupo político sem escrúpulos e sem o menor respeito ao ser humano!.
    Que usa desse meios de comunicação para ferir a dignidade do ser humano, ferindo os preceitos e mandamentos deixados pelo criador “Deus”

    Hoje já se passou muitos anos desse sensacionalismo. O que vemos em todas as esferas regionais são grupos sem escrúpulos e sem ética divulgarem noticias que busca destruir aquilo que você tem de melhor nos mais profundo da alma, A dignidade humana. Hoje estamos vendo o caso do Sr Luiz Carlos Cancellier, reitor da UFSC, sensacionalizado na mídia brasileira, que a mesma tenta agora esconder seu ato extremo praticado pelo Reitor, e a razão é uma só: ela é cúmplice!. Confesso que eu também tive momentos que cheguei ter pensamentos extremos mas olhava para meus filhos, minha família que foi fundamental o apoio deles, para conseguir resistir as essas investidas escusas e intencionais recheadas de politicagem antiéticas. Hoje no estado policialesco em que vivemos, as capas de revistas, jornais, submetendo pessoas de bem a humilhação e vexame!, termino aqui com a mesma frase do reitor, ” você fica nu exposto diante da sociedade numa condição de subjugação completa”. pelos escrupulosos meios de comunicação no estado e no país.!

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