Marco Aurélio e a ‘legitimidade’ da oposição na Assembleia Legislativa

Deputado Marco Aurélio / Agência Assembleia
Deputado Marco Aurélio / Agência Assembleia

O deputado Marco Aurélio (PCdoB), que tem sido inclusive elogiado pela desenvoltura e naturalidade na tribuna da Assembleia Legislativa, se armou hoje de uma incoerência tamanha, que por muitos passou despercebido.

Iniciava o seu discurso sobre o Programa Mais IDH do Governo do Estado, quando resolveu exortar a oposição na Casa e afirmar que a mesma não dispõe de ‘legitimidade’ para cobrar o governador Flávio Dino (PCdoB).

Disse o parlamentar: “[…] O que o governador quer é justamente fazer com que o serviço público funcione e funcione bem, e é nesse sentido que nos alegramos. Demos o primeiro passo, um passo seguro em outra direção. Sobretudo, quem, às vezes, faz juízo de valor não tem legitimidade para fazer por que quando tiveram oportunidade de fazer, fizeram totalmente diferente daquilo que vem sendo feito”, disse.

Ora Marco Aurélio, como é que um parlamentar, eleito pelo povo, não tem legitimidade para criticar, apontar erros ou cobrar o cumprimento das promessas de campanha de quem exerce o comando do Executivo? De onde tiraste isso?

Antes de ter sido eleito, Flávio Dino cobrou diariamente o governo Roseana Sarney. E ninguém jamais questionou a legitimidade de ele exercer o seu papel de oposicionista.

José Reinaldo Tavares (PSB), que agora será encarregado de comandar a pasta de Minas e Energia, já foi governador, não cumpriu com as suas promessas de campanha, fez uma gestão desastrosa e mesmo assim manteve a sua legitimidade para cobrar e criticar seus adversários enquanto esteve na oposição.

Vice-líder do governo na Assembleia, Marco Aurélio foi hostil aos seus colegas de parlamento. Espantoso, para quem já trilhou longa caminhada na oposição.

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *