O Estado – A Comissão de Assuntos Econômicos da Assembleia Legislativa deliberou ontem (8) em audiência pública realizada para tratar do desligamento temporário da Linha 1 da Sala de Cubas da unidade industrial da Alumar, em São Luís, pela solicitação de informações sobre todos os incentivos concedidos pelos governos municipal, estadual e federal à empresa.
O objetivo é subsidiar outras ações após a confirmação das vantagens que a multinacional teve para se instalar no estado, ainda na década de 80.
Com o desligamento de uma das linhas de produção, haverá a demissão de 650 trabalhadores. As rescisões começaram no início da semana. A Alumar não enviou representantes para o encontro.
Participaram os deputados estaduais Zé Inácio (PT), Welligton do Curso (PPS) e Júnior Verde (PRB), e representante da Secretaria de Estado do Trabalho e Economia Solidária; da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema); do Ministério Público do Trabalho do Maranhão; e do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Luís (Sindmetal).
Para o presidente da comissão, deputado Adriano Sarney, a ausência da Alumar não impediu a deliberação de “encaminhamentos importantes” por parte do colegiado.
“Mesmo com a ausência da Alumar, conseguimos deliberar encaminhamentos importantes. Falamos de uma série de discussões com vários entes, foi muito positivo. Essa é a Comissão de Assuntos Econômicos fazendo seu papel de representar o povo do Maranhão e de representar a sociedade e cobrando da Alumar informações sobre essas demissões e sobre como a empresa pretende prosseguir com esse processo”, declarou.
Deliberações – Entre as deliberações da audiência ficou acertado que a Comissão de Assuntos Econômicos expedirá ofícios à Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, às secretarias da Fazenda estadual e municipal e à Receita Federal solicitando informações sobre os incentivos já concedidos à Alumar.
Das empresas prestadoras de serviço da Alumar serão solicitados dados sobre a perda de empregos indiretos. A Brascopper, por exemplo – empresa que investiu mais de R$ 80 milhões no estado e que dependia das atividades da Alumar – também se manifestará sobre o impacto dessa decisão da multinacional sobre suas atividades.
A comissão também encaminhará expediente ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em Brasilia, solicitando informações do impacto econômico da decisão da Alumar na produção de alumínio. Segundo o colegiado, o fechamento da Linha 1 deve diminuir em 25% a produção brasileira de alumínio.
Para o presidente do Sindmetal, José Maria Araújo, a expectativa é que, a partir dessa primeira audiência, novas ações possam ser deliberadas para evitar maiores perdas e minimizar as demissões.
“A nossa avaliação é positiva. O parlamento estadual faz o seu papel e abriu um novo espaço de diálogo. Esperamos que possamos dar mais outros passos para evitar essas demissões”, completou.