Triste uso de espaço oficial

O Governo do Estado voltou a surpreender com sua maneira peculiar de utilizar espaços oficiais na internet. Não bastasse o governador Flávio Dino usar o próprio perfil em uma rede social para atacar a imprensa não alinhada a ele, agora foi a vez de o governo utilizar o Blog dos Leões, uma de suas páginas oficiais, para o mesmo fim.

Beirando o ridículo, o blog chegou a publicar cópia de página de O Estado que traz séria denúncia de desperdício de dinheiro público no Icrim.

O detalhe é que, no afã de criticar o jornal, o redator não atentou que a resposta do governo estava publicada na capa do jornal. Pois é, na capa.

Mesmo diante do tempo absurdo que a SSP levou para responder à solicitação do jornal, ainda assim a Redação teve o cuidado de registrar a resposta (ou pelo menos a tentativa de dá­la) na primeira página, a última a ser fechada na edição.

O mais cômico foi o redator dos Leões tentando “instruir” o jornal sobre as regras básicas do jornalismo, quando ele próprio ignorou “a regra básica do ler antes de escrever bobagem”.

Outro detalhe interessante: como bem diz o Blog dos Leões, a solicitação de O Estado foi enviada às 14h37 e o retorno se deu somente às 18h32. Ou seja, o governo levou quatro horas para redigir uma resposta que tem exatas três linhas. Quanta dificuldade!

Na nota, a SSP afirma que equipamentos especiais adquiridos para o Icrim desde dezembro até agora não estão sendo utilizados porque passam “por uma revisão elétrica após uma pane ocorrida durante o período de fortes chuvas na capital”.

O curioso é que as fotos publicadas por O Estado mostram os aparelhos ­ que deveriam ser usados para ajudar a polícia em investigação de conteúdo armazenado em celulares e computadores ­ no interior de caixas de papelão ainda lacradas.

Pergunta­se: como esses aparelhos sofreram uma pane elétrica no estado em que estão? É um questionamento que o Blog dos Leões pode responder a todos. Ou enviar (a tempo) à Redação de O Estado, para a devida publicação, como de costume.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

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