A cena é grotesca. Imagens que correram as redes sociais e alguns flagrantes dos próprios repórteres-fotográficos de O Estado mostraram ontem um exemplo claro do que ocorre quando o Estado dá sinais de vem perdendo a guerra contra o crime.
Cerca de 100 famílias foram obrigadas a fugir das próprias casas, após uma batalha campal de facções criminosas no Coroadinho e na Vila Colier (área de Pedrinhas). Pior: a polícia, que deveria impedir cenas como essas, estava na área, não para conter a onda de violência no bairro, que resultou em quatro mortos a bala na guerra de facções, mas para ajudar as famílias a fugir.
O que dizer agora? Como contrapor a imagem dura, cruel, de famílias parecendo refugiadas do Oriente Médio ou da África, fugindo por medo da morte? Quando cidadãos comuns são obrigados a deixar as próprias casas para não morrer na guerra de bandidos, o governo perde a batalha contra a criminalidade?
Quando, ao invés de conter ação do crime, policiais são obrigados a proteger famílias em fuga, o governo padece na luta contra a violência. E não adianta o governador Flávio Dino vir novamente com novas estatísticas, com números, para contrapor o cenário real, exibido em imagens do dia a dia da cobertura jornalística?
É preciso admitir que o crime chegou ao seu auge e o sistema de Segurança Pública não demonstra mais capacidade de combatê-lo. Imagens como as registradas por O Estado assemelham-se a cenas dos morros do Rio de Janeiro dominados pelo tráfico, antes da pacificação. Infelizmente, essa realidade agora mora ao lado. E o governo, com ares de “perfeição”, segue seu rumo.
Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão