Anistia Internacional pode acionar o Estado por execução de Irialdo Batalha

Vigilante Luiz Carlos - que atuava de forma clandestina na PM -, era acompanhado por dois policiais militares
Vigilante Luiz Carlos – que atuava de forma clandestina na PM -, era acompanhado por dois policiais militares

O Estado – A Anistia Internacional encaminhou documento ao deputado federal Hildo Rocha (PMDB) em que anuncia a possibilidade de processar o Governo do Maranhão pela execução do mecânico Irialdo Batalha, assassinado em praça pública por um vigilante que agia ao lado de policiais militares em Vitória do Mearim, município do interior maranhense.

No documento, assinado pelo seu diretor Executivo, Átila Roque, a entidade confirma o recebimento da denúncia e das provas e diz que estão sendo avaliadas para eventual ação.

A denúncia contra o governo Flávio Dino (PCdoB) foi feita pelo próprio Hildo Rocha, que levou o caso também ao conhecimento da Câmara dos Deputados e a vários outros órgãos e entidades.

“Acusamos o recebimento do material enviado pelo senhor. Iremos analisar o material e avaliar a possibilidade de ação por parte da Anistia Internacional”, afirma Roque.

Vigilante ­ Irialdo Batalha foi executado por um vigilante que participou de uma operação policial, ocorrida na cidade de Vitória do Mearim, no dia 29 de maio. Após furar um bloqueio, por estar sem os documentos da moto que pilotava, o mecânico foi alvejado com um tiro e caiu da moto. O vigilante chegou em seguida e, diante de várias testemunhas, desferiu um tiro, à queima­roupa, na cabeça da vítima.

Em seguida, ajudado por policias militares, jogou o corpo na viatura da PM e fugiu.

A cena filmada por populares ganhou repercussão nacional, e causou indignação e comoção em todo o país.

Documento da Anistia Internacional encaminhado a deputado federal
Documento da Anistia Internacional encaminhado a deputado federal

“Flávio Dino certamente ainda terá que dar explicações, afinal, Irialdo Batalha foi executado pelas mãos do Estado”, afirmou Hildo Rocha.

A princípio, o Governo do Estado tentou, em nota oficial, classificar o mecânico de bandido, e a afirmar que ele foi morto por reagir à polícia, fato desmentido pelas imagens. Só após divulgação da cena, o secretário de Segurança, Jefferson Portela, reconheceu tratar­se de execução cruel. Mas o governo jamais se manifestou à família de Irialdo Batalha.

O caso foi denunciado pelo deputado Hildo Rocha na tribuna da Câmara e informado à Anistia Internacional; ao Conselho Nacional de Segurança Pública; à Organização das Nações Unidas; ao presidente Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal; à OAB; à Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República; à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); ao procurador­geral da República e também ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

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