O noticiário nacional sobre a presidente Dilma Rousseff (PT) dizia, ontem, que a visita dela ao Nordeste a começar por São Luís teria o objetivo de tentar criar uma agenda positiva para limpar sua imagem popular. Mas o que aconteceu na capital maranhense foi totalmente ao contrário; o que se viu foi uma Dilma distante do povo, blindada, em locais de difícil acesso. Em suma: o povo não viu a Dilma.
A presidente chegou a São Luís em momento delicado politicamente. E encontrou o governo Flávio Dino (PCdoB), seu anfitrião, também às voltas com manifestações públicas pelo menos as dos policiais civis, em greve há uma semana.
No aeroporto, manifestantes ligados ao PSDB faziam protesto pelo afastamento da presidente. Eles chegaram a entrar no saguão, mas nem a viram de longe. Dilma desembarcou do avião presidencial e embarcou, na própria pista, em um helicóptero do Governo do Estado.
Os manifestantes que diziam não ter partido e que “o partido é o futuro do Brasil” ficaram a protestar para cidadãos comuns no saguão do Cunha Machado.
No Maracanã onde entregou casas do programa “Minha Casa, Minha Vida” além da distância do Centro de São Luís, o que dificultou o acesso popular, Dilma continuou blindada por forte aparato de segurança. Apenas militantes ligados aos partidos governistas PCdoB, PDT e PT. De lá, a presidente seguiu para o Porto do Itaqui, onde a segurança já existente nos primeiros pontos foi multiplicada por 10.
Tudo tinha um objetivo, proteger Dilma de manifestações. Mas trouxe o efeito colateral da falta de manifestação popular espontânea, que poderia servir para medir a quantas anda a força da presidente no estado que lhe deu a maior votação proporcional nas eleições de 2014.
Talvez até por isso a presidente declarou em discurso que, mais do que medir seu prestígio popular, o mais importante agora é garantir o apoio necessário no Congresso Nacional. A julgar pela ausência da bancada maranhense, no entanto, ela continuará a ter dificuldades neste aspecto também. Menos da metade dos deputados participou das solenidades. E apenas um dos três senadores maranhenses.
Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão