Deputados articulam divisão de maior bloco governista na Assembleia

Eduardo Braide articula a divisão de bloco governista
Eduardo Braide articula a divisão de bloco governista

O Estado – Deputados da base aliada ao governador Flávio Dino (PCdoB) na Assembleia Legislativa iniciaram nesta semana um movimento que pode culminar com a divisão do maior bloco parlamentar da Casa.

O “Blocão”, como é conhecido o “Bloco Parlamentar Unidos pelo Maranhão”, é integrado por mais da metade dos parlamentares estaduais, com 22 membros. Liderados pelo deputado Eduardo Braide (PMN), eles têm força para aprovar ou rejeitar, sozinhos, praticamente todos os tipos de proposições em plenário – à exceção de matérias que requeiram quórm qualificado.

Os governistas, no entanto, têm-­se mostrado incomodados com o tratamento recebido pelo governo – principalmente no que diz respeito ao não pagamento de emendas­, e agora pretendem dividir o bloco para provocar uma nova divisão de forças no Legislativo.

O objetivo é rachar o Blocão ao meio e, com isso, manter o Executivo pressionado a fazer gestos aos aliados se quiser continuar aprovando com tranquilidade projetos de seu interesse em plenário.

O movimento iniciou-­se no final do mês de outubro, mas ganhou força no início desta semana, depois de o deputado Adriano Sarney (PV) revelar, em audiência com a secretária de Estado do Planejamento, Cynthia Mota, e com o chefe da casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), que o Governo do Estado tem algo em torno de R$ 1,6 bilhão em caixa, e, mesmo assim, não paga emendas, nem convênios. “Existe uma crise econômica no Maranhão e no Brasil, mas as finanças do governo mostram um quadro diferente. O governo passado deixou uma boa política orçamentária e ela permanece neste governo”, afirmou Adriano Sarney, na quarta­-feira.

Após a revelação do parlamentar verde, os deputados Edilázio Júnior (PV) e Josimar de Maranhãozinho (PR) cobraram do governo o pagamento das emendas parlamentares. Segundo Edilázio, os débitos chegam a R$ 80 milhões. “Não existe nada de sombrio com relação às contas do Estado, que até aumentou a arrecadação, melhorou o Fundo de Participação Estadual. Então, onde estão as emendas de parlamentares que não estão sendo pagas? São quase R$ 80 milhões dos ex­-deputados que não foram candidatos ou que não foram reeleitos, que foi publicado na Lei Orçamentária, aprovada por esta Casa”, discursou Edilázio Júnior.

Josimar de Maranhãozinho (PR) reforçou a cobrança de Edilázio Júnior. “Sobre a reunião que tivemos na Comissão de Orçamento e fiquei muito feliz em saber que, apesar de toda crise econômica que o país vive, o FPE do Maranhão tem um crescimento de 6,53%. Feliz por isso e um pouco decepcionado, pois nas visitas que fiz ao Executivo, todos os secretários falam com convicção que o Governo não tem dinheiro para empenhar e pagar as nossas emendas, que vão beneficiar os municípios. Não tem dinheiro para pagar os convênios que os prefeitos executaram e hoje são vítimas de cobrança das empresas por as obras estarem finalizadas e o recurso do Estado não ter sido repassado”, declarou o deputado do PR.

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