Articulação “judicializada”

Flávio Dino (PCdoB) até que tentou, mas não conseguiu amenizar o desgaste à sua imagem e administração, em decorrência da crise provocada pelo percalço que é a BR-135.

Há semanas a imprensa denunciava a precariedade de trecho da rodovia federal. Dino, mantinha silêncio sobre o tema.

Veio o feriado da Semana Santa, e com ele o violento e covarde assassinato de uma bailarina e artista maranhense, durante um assalto, justamente no trecho mostrado dias antes pela mídia, em que é quase impossível o tráfego de veículos leves e pesados.

Como o governador apresentava-se como um político de prestígio junto à presidente Dilma Rousseff, caíram sobre os seus ombros, as cobranças. Era ele quem deveria recorrer, com “todo o seu prestígio”, ao Governo Federal, para a recuperação da estrada e a conclusão da obra de duplicação.

Mas, Dino preferiu outro caminho, o da Justiça.

Anunciou que recorreria ao Poder Judiciário para que o Governo do Estado obtivesse a autorização para recuperar trechos da rodovia, e em seguida ser ressarcido pela União.

Uma postura um tanto incômoda para alguém que se apresenta como “aliado de primeira hora” da presidente da República. Tão incômoda que constrangeu aliados.

Em 1998, o Governo do Maranhão, sob o comando de Roseana Sarney, licitou e realizou a obra de duplicação de 16 quilômetros da BR-135 sem precisar recorrer à Justiça. A obra, naquela ocasião, custou R$ 7,5 milhões.

O ex-governador Epitácio Cafeteira já havia duplicado outros 8 quilômetros com recursos do Estado, sem também precisar recorrer a Justiça.

Mas Dino representa a “mudança”, talvez por isso, queira “judicializar” a articulação política junto ao Governo Federal.

Caminho já apontado por aliados como equivocado.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

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