O juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, titular da 4ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que anulou hoje a posse do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Casa Civil do Governo Federal, afirmou em entrevista não enxergar qualquer conflito de interesses na sua decisão.
O juiz defendia, em manifestações contra a corrupção, a queda da presidente Dilma Rousseff (PT), de Lula, e do PT. Foram inúmeras as suas postagens, em rede social, repercutidas nacionalmente após o despacho. O magistrado, contudo, apagou a sua página.
“Qualquer juiz, qualquer ser humano sempre vai ter uma influência, vai agir de acordo com suas convicções políticas, religiosas, familiares. Quem julga não é uma máquina, é um ser humano. O juiz não é surdo nem cego ao que está acontecendo em todo o país. Mas o que levou à decisão é o que está no processo”, disse.
A decisão do juiz provocou novo embaraço para a magistratura. Ontem, o juiz Sergio Moro divulgou gravações de conversas telefônicas de Lula, interceptadas pela Polícia Federal após a Justiça ter decido pelo fim dos grampos. O vazamento provocou discussões em todas das esferas da Justiça no Brasil.