Pedrinhas: triagem é alvo de disputa de facções, diz Pedrosa

Gilberto Léda

O advogado Luis Antonio Pedrosa (PSol), ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA e militante da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), acredita que o método de divisão de presos por facções tem criado um novo nicho de disputa entre os criminosos que cumprem pena em Pedrinhas.
Segundo ele, já na triagem as organizações criminosas tentam cooptar os novos internos, o que tem gerado conflitos.

“Hoje a triagem é um espaço de disputa entre facções que concorrem em busca de novos filiados. O preso neutro é ameaçado e intimidado a escolher um lado”, pontuou Pedrosa, para quem esse sistema está fortalecendo as facções.

Ele lembra que essa medida foi adotada no segundo semestre de 2014 e deveria ser apenas paliativa. Mas foi institucionalizada na atual gestão.

“A separação dos presos por facções ocorreu no segundo semestre de 214. Era para ser medida de transição, sob pena de fortalecer o recrutamento pelas facções. O governo atual institucionalizou e defende esse sistema como medida permanente”, completou.

Ao portal de notícias Uol, o historiador e presidente do conselho diretor da SMDH Wagner Cabral também aponta a separação como “um agravante”.

“Assim que entram na penitenciária, os presos têm, forçosamente, que escolher de qual facção irão fazer parte, mesmo que nunca tenha pertencido a qualquer quadrilha. O que foi uma atitude necessária em um primeiro momento tornou-se um agravante da situação e favorece o recrutamento pelas facções”, disse.

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