Uma guerra surda

A movimentação pelo fim do prazo da janela partidária estabelecida pela Lei Eleitoral – segundo a qual qualquer um poderia trocar de legenda entre os dias 18 de fevereiro e 18 de março, sem prejuízos eleitorais – começou a estabelecer um cenário futuro no Maranhão: é cada vez mais clara a movimentação do governador Flávio Dino (PCdoB), do senador Roberto Rocha (PSB) e de algumas lideranças do grupo que chegou ao poder em 2014 na tentativa de um projeto próprio de poder em 2018.

Rocha não dá uma palavra sequer que encaminhe para esta possibilidade – e isso leva seus aliados a acharem que ele continua no mesmo grupo – mas seus gestos são os de quem se movimenta em outra direção. E, nos bastidores, ele não esconde de ninguém seu projeto.

O curioso é que as lideranças aliadas ao senador, incluindo o próprio governador, também não passam recibo desta movimentação de Rocha, mas todos também agem como se estivessem esperando um ataque a qualquer momento.

O prefeito Edivaldo Júnior (PDT), por exemplo, mantém um secretário e vários cargos de segundo escalão indicados pelo senador. E os mantém intocáveis, embora o próprio Rocha declare que o PSB tenha um projeto de poder na capital. E se um auxiliar de Edivaldo for perguntado sobre ele, a resposta é clara: “Estará conosco no palanque”.

Da mesma forma age Flávio Dino, que mantém a mesma postura em relação aos deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (Rede). Aliás, a deputada e os dois Rochas são vistos como alvo pelos radares do governador, mas nenhum também passa recibo dos ataques quase que diários – como demissão em massa de pedetistas e membros da Rede Sustentabilidade, e ações de reforço contra candidatos do PSB em Balsas.

E é assim que os aliados vão convivendo no dia a dia: numa espécie de guerra surda, com data marcada para eclodir.

Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão

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