Recém-alçado ao posto de presidente da Câmara dos Deputados mesmo que apenas interinamente, em virtude do afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) , o deputado federal Waldir Maranhão (PP) tem atuado em tantas frentes quanto pode, enquanto durar o seu (como é esperado) efêmero comando da Casa.
A primeira delas é partidária – e a mais prática: agora como presidente do Poder Legislativo, o maranhense quer usar a influência política de que dispõe no momento para reverter uma derrota interna sofrida no PP, no mês passado.
Ele perdeu o controle da legenda no Maranhão para o colega André Fufuca depois de mudar de posição em cima da hora e votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em abril. O PP havia fechado questão pelo apoio ao impedimento. Retomar a presidência estadual da sigla é questão de sobrevivência política para Waldir, no pós-impeachment.
As outras frentes de atuação são mais midiáticas. Desde as primeiras horas da sexta-feira, 6, o parlamentar esmerase na geração de pautas.
Já anunciou, segundo o vice-líder do governo na Câmara, deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), que pretende dar seguimento ao processo de impeachment do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e que pode “surpreender” a todos, referindo-se a uma suposta intenção de permanecer no cargo de presidente o que seria, para Cunha, uma rasteira ainda maior que a mudança de voto de última hora.
De quem viveu tantos altos e baixos em apenas duas semanas, é difícil fazer algum prognóstico acertado. Mas uma coisa é certa: Waldir age (e aparece).
Da coluna Estado Maior, de O Estado do Maranhão