Estado ultrapassa limite da LRF, aponta Adriano Sarney

AdrianoO deputado estadual Adriano Sarney (PV) afirmou na tribuna da Assembleia Legislativa, no início da semana, que analisou as contas públicas estaduais, referentes ao primeiro quadrimestre de 2016, e constatou que o Estado do Maranhão ultrapassou o limite prudencial fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) no quesito gasto com pessoal.

“O Executivo estadual e os outros poderes (Judiciário e Legislativo) têm de tomar precauções a partir de agora, sob pena de ter limitações em relação às concessões de vantagens, aumentos e reajustes, adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual. Limitações também na criação de cargo, emprego ou função, baseado na LRF”, alertou Adriano Sarney.

O deputado explicou que a relação entre as despesas com pessoal e a receita corrente líquida alcançou 57,33%, de acordo com o Relatório de Gestão Fiscal, publicado pela Secretaria de Planejamento (Seplan). O relatório revelou, mais especificamente, que o gasto com a folha de pagamento atingiu R$ 6,2 bilhões para uma receita de R$ 10,8 bilhões no Maranhão.

No caso do Executivo, o limite de alerta fixado na LRF foi ultrapassado, alcançando 44,6% na relação gastos com folha/receita. A despesa ficou em R$ 4,8 bilhões, um aumento de R$ 729,5 milhões em um ano e de R$ 1,2 bilhão em dois anos.

O parlamentar destacou mais dados do relatório da Seplan e revelou que, no primeiro quadrimestre de 2016, o Maranhão aplicou somente 8,73% da receita líquida dos impostos em Saúde (o mínimo exigido é 12%). Em Educação, o Estado aplicou apenas 23,69%, enquanto a exigência mínima é de 25%.

Com isso, deixaram de ser aplicados R$ 117,3 milhões em Saúde e R$ 47 milhões em Educação, ou seja, no primeiro quadrimestre deste ano R$ 164,3 milhões não foram gastos em setores socialmente muito importantes.

A situação fiscal do Maranhão foi duramente agravada pelo comportamento da despesa, segundo análise dos dados do governo. Considerando os últimos 12 meses, no quesito despesas, houve aumento de R$ 1,1 bilhão e, em dois anos, foram R$ 1,7 bilhão (38%). Nos períodos em referência, a receita aumentou R$ 370 milhões e R$ 1,29 bilhão (12,5%), respectivamente.

Os limites impostos pela LRF existem para garantir uma solvência mínima para os estados. Se há avanços no comprometimento das receitas com a folha, certamente faltará recursos para os gastos que atendem diretamente à população e, nos casos mais graves, para o pagamento da própria folha. Os limites da LRF servem para resguardar o cidadão e o próprio funcionalismo.

Ascom

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *