Lula distribui R$ 700 milhões a deputados e senadores depois de derrotas no Congresso

O governo Lula (PT) acelerou a liberação de emendas e repassou de uma única vez R$ 700 milhões para deputados e senadores na última terça-feira, após recente derrota na Câmara dos Deputados e no período em que há forte instabilidade do Palácio do Planalto no Congresso Nacional.

O montante distribuído nesta semana equivale a 58% do total de recursos já encaminhado para os parlamentares desde o mês de fevereiro. Os dados foram levantados pelo Globo e apontam que o derrame de recursos beneficiou os principais partidos aliados do presidente petista: o líder do ranking é o PSD, com R$ 143 milhões, seguido por PT, com R$ 136 milhões; MDB, com R$ 91,3 milhões; e União Brasil, com R$ 75 milhões.

Em relação aos congressistas, o deputado Aluisio Mendes (Republicanos/MA), foi quem mais recebeu aporte em emendas liberadas por Lula. Ao todo foram R$ 13 milhões em emendas somente para Aluisio, segundo levantamento do Globo.

A avaliação do Governo, contudo, é de que somente o PT entregou a Lula a fidelidade esperada pelo presidente durante a votação do decreto que alterava o marco do saneamento.

Trechos da proposta do governo foram derrubados pela Câmara na semana passada, na primeira derrota sofrida pelo Executivo no Congresso desde a posse do petista. Apesar de somarem 142 deputados, PSD, MDB e União contribuíram com somente oito votos favoráveis às mudanças defendidas pelo Governo.

Outra derrota do Governo foi a retirada de pauta do Projeto de Lei 2630/2020, conhecido como PL das Fake News e PL da Censura, que tem por objetivo regulamentar a internet no país.

Não houve consenso, a base governista não conseguiu reunir o número de votos o suficiente para aprovar a medida, e por esse motivo foi retirado de pauta.

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Troca

A liberação dos R$ 700 milhões ocorre, contudo, não somente por causa das derrotas já obtidas, mas também por causa de importantes votações que estão programadas no Congresso, a exemplo do novo arcabouço fiscal e da montagem das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) do 8 de janeiro e das ações do Movimento Sem Terra (MST), coordenado por membros do PT.

Uma parte significativa das emendas liberadas por Lula diz respeito a recursos ligados ao Ministério da Saúde.

Embora a maior fatia tenha ido para congressistas da Câmara, na lista dos dez maiores beneficiários, nove são senadores.

Em relação aos senadores, Mara Gabrilli (PSD-SP), Daniella Ribeiro (PSD-PB), Jayme Campos (União-MT) e Renan Calheiros (MDB-AL) encabeçam o ranking dos que receberam maior aporte em emendas.

Já entre os deputados, quem está na frente é Aluisio Mendes (Republicanos-MA), com R$ 13 milhões. Ele integra um partido do chamado Centrão, que atuou como base de apoio do governo de Jair Bolsonaro.

Ao todo, o governo federal empenhou R$ 467 milhões para deputados e R$ 232 milhões para senadores.

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